Papo Sério Com Madame Jollie: TOC – TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO


DICA DE VÍDEO:



TOC, ou transtorno obsessivo-compulsivo, é um distúrbio psiquiátrico de ansiedade
 descrito no “Manual de Diagnóstico e Estatística de Transtornos Mentais -DSM.IV”
da Associação de Psiquiatria Americana. A principal característica do TOC é a
presença  de crises recorrentes de obsessões e compulsões.

O que são obsessões?

São pensamentos recorrentes insistentes que se caracterizam por serem
desagradáveis, repulsivos e contrários à índole do paciente. Por exemplo,
uma pessoa honesta tem  pensamentos recorrentes de roubo, trapaça e traição;
 uma pessoa religiosa tem pensamentos pecaminosos, obscenos e de sacrilégios. 

Os pensamentos obsessivos não são controláveis pelos próprios pacientes.
Ter um pensamento recorrente apenas pode ser algo desagradável,
como uma musiquinha  aborrecida ou um problema não resolvido,
mas ter obsessões é patológico porque causa significativa perda de tempo,
queda no rendimento pessoal e sofrimento pessoal.

Como o paciente perde o controle sobre os pensamentos, muitas vezes passa a
praticar atos que, por serem repetitivos, tornam-se rituais. Muitas vezes têm
a finalidade  de prevenir ou aliviar a tensão causada pelos
pensamentos obsessivos. 


Por exemplo, uma pessoa cada vez que se lembrar do patrão acredita que isso
 provocará um acidente de carro: para que isso seja evitado, pois o paciente não
quer ter a consciência de ter participado do acidente, realiza certos gestos para
neutralizar o pensamento. Assim, as compulsões podem ser secundárias às obsessões. 

As compulsões são gestos, rituais ou ações sempre iguais,
repetitivas e incontroláveis.  Um paciente que tente evitar as compulsões acaba
 submetido a uma tensão insuportável, por isso sempre cede às compulsões.

Os pacientes nunca perdem o juízo a respeito do que está acontecendo consigo
próprios e percebem o absurdo ou exagero do que está se passando;
mas como não sabem o que está acontecendo, temem estar enlouquecendo,
e pelo menos no começo tentam esconder seus pensamentos e rituais.

No transtorno obsessivo-compulsivo os dois tipos de sintomas quase
sempre estão juntos, mas pode haver a predominância de um sobre o outro.
Um paciente pode ser mais obsessivo que compulsivo
ou mais compulsivo do que obsessivo

Classificação

Existem dois tipos de TOC:

a) Transtorno obsessivo-compulsivo subclínico – as obsessões e rituais
 se repetem com frequência, mas não atrapalham a vida da pessoa;

b) Transtorno obsessivo-compulsivo propriamente dito: as obsessões
 persistem até o exercício da compulsão que alivia a ansiedade.

Causas

As causas do TOC não estão bem esclarecidas. Certamente, trata-se de
 um problema multifatorial. Estudos sugerem a existência de alterações na
comunicação entre determinadas zonas cerebrais que utilizam a serotonina.
Fatores psicológicos e histórico familiar também estão entre as possíveis causas
 desse distúrbio de ansiedade.


Sintomas

O transtorno obsessivo-compulsivo é classificado como um transtorno
de ansiedade por causa da forte tensão que sempre surge quando o paciente
é impedido de realizar seus rituais. Mas a ansiedade não é o ponto de partida
desse transtorno como nos demais transtornos dessa classe: o ponto de partida
 são os pensamentos obsessivos ou os rituais repetitivos.

Há formas mais brandas desse distúrbio nas quais o paciente tem
apenas obsessões ou as compulsões são discretas, sendo as
obsessões pouco significativas.

Os sintomas obsessivos mais comuns são:

-Medo de contaminar-se por germes, sujeiras etc.
-Imaginar que tenha ferido ou ofendido outras pessoas
-Imaginar-se perdendo o controle, realizando violentas
agressões ou até assassinatos.
-Pensamentos sexuais urgentes e intrusivos
-Dúvidas morais e religiosas
-Pensamentos proibidos

Os sintomas compulsivos mais comuns são:

-Lavar-se para se descontaminar
-Repetir determinados gestos
-Verificar se as coisas estão como deveriam, porta trancada, gás desligado, etc.
-Tocar objetos
-Contar objetos
-Ordenar ou arrumar os objetos de uma determinada maneira
-Rezar


Frequência

Esse transtorno apresenta dois picos de incidência. O primeiro na infância
e o segundo em torno dos trinta anos de idade. Muitas crianças apresentam
 esse problema nessa fase e depois nunca mais têm nada.

Outras continuam  tendo durante a vida adulta. Os adultos também apresentam
oscilações do problema; podem ficar livres dos sintomas e dos remédios,
mas também podem precisar de uso contínuo. Esse transtorno incide
aproximadamente com a mesma freqüência em homens e mulheres,
com pequenas  diferenças de um estudo para outro. Nas crianças observa-se
 um aparecimento um pouco mais comum nos meninos.

Em geral, só nove anos depois que manifestou os primeiros sintomas,
o portador do distúrbio recebe o diagnóstico de certeza e inicia do tratamento.
 Por isso, a maior parte dos casos é diagnosticada em adultos,
embora o transtorno obsessivo-compulsivo possa acometer crianças
 a partir dos três, quatro anos de idade.


Exames

A sua própria descrição do comportamento pode ajudar a diagnosticar o transtorno.
 Um exame físico pode descartar causas físicas, e uma avaliação psiquiátrica pode
 descartar outros transtornos mentais.

Questionários, como a Escala de sintomas obsessivo-compulsivos
de Yale-Brown (Y-BOCS),  podem ajudar a diagnosticar o TOC
e acompanhar o progresso do tratamento.


Tratamento de Transtorno obsessivo-compulsivo
O TOC é tratado com medicamentos e terapia.

O primeiro medicamento normalmente considerado é um tipo de antidepressivo
chamado de inibidor seletivo da recaptação da serotonina (SSRI).

Essas drogas incluem:

-Citalopram (Celexa)
-Fluoxetina (Prozac)
-Fluvoxamina (Luvox)
-Paroxetina (Paxil)
-Sertralina (Zoloft)

Se um SSRI não funcionar, o médico pode indicar um tipo de antidepressivo
mais antigo chamado de antidepressivo tricíclico. A clomipramina é um exemplo
 e foi o primeiro medicamento a ser usado para o TOC. Ele geralmente funciona
melhor do que os antidepressivos SSRI no tratamento da doença,
mas pode causar efeitos colaterais desagradáveis como:

-Dificuldade para começar a urinar
-Queda de pressão quando se muda de posição
(estar sentado e levantar)
-Boca seca
-Sonolência

Em alguns casos, o SSRI e a clomipramina podem ser combinados.
Outros medicamentos, como os antipsicóticos atípicos em
doses baixas (incluindo risperidona, quetiapina, olanzapina ou ziprasidona),
 já demonstraram ser de grande ajuda. As benzodiazepinas podem
 trazer algum alívio para a ansiedade, mas elas geralmente são usadas
somente com os tratamentos mais confiáveis.

A terapia cognitivo-comportamental (TCC) demonstrou ser o tipo mais
eficaz de psicoterapia para esse transtorno. O paciente é exposto diversas
 vezes a uma situação que desencadeia os pensamentos obsessivos e aprende
aos poucos a suportar a ansiedade e a resistir à necessidade
de ceder à compulsão. A combinação de medicação e TCC é
considerada melhor  do que seu uso isolado para reduzir os sintomas.

A psicoterapia também pode ser usada para:

-Oferecer formas eficazes de reduzir o estresse
-Reduzir a ansiedade
-Resolver conflitos internos

Expectativas
O TOC é uma doença de longa duração (crônica) com fases de
 sintomas graves seguidos por períodos de melhora. Entretanto, um período
 completamente sem sintomas é muito incomum. A maioria das
 pessoas melhora com o tratamento.

Complicações possíveis
As complicações de longo prazo do TOC estão relacionadas com
o tipo de obsessões e compulsões. O hábito constante de lavar as mãos,
por exemplo,  pode causar rachaduras na pele. Ainda assim,
o TOC geralmente  não se transforma em outra doença.

Prevenção
Não há prevenção conhecida para esse transtorno.

Recomendações
* Não há quem não tenha experimentado alguma vez um comportamento
compulsivo, mas se ele se repete a ponto de prejudicar a execução de
tarefas rotineiras,  a pessoa pode ser portadora de transtorno
obsessivo-compulsivo  e precisa de tratamento;

* Crianças podem obedecer a certos rituais, o que é absolutamente normal.
No entanto, deve chamar a atenção dos pais a intensidade e a frequência
desses episódios. O limite entre normalidade e TOC é muito tênue;

* Os pais não devem colaborar com a perpetuação das manias e rituais dos filhos.
 Devem ajudá-los a enfrentar os pensamentos obsessivos e a lidar com
a compulsão que alivia a ansiedade;

* O respeito a rituais do portador de TOC pode interferir na dinâmica
 da família inteira. Por isso, é importante estabelecer o diagnóstico de certeza
e encaminhar a pessoa para tratamento;

* Esconder os sintomas por vergonha ou insegurança é um péssimo caminho.
Quanto mais se adia o tratamento, mais grave fica a doença.


DICA DE FILME:
    

1. Melhor é Impossível
O filme Melhor é Impossível um escritor que tem TOC se recusa
 a fazer o tratamento e vive a vida com seus rituais. O que achei interessante
é que o filme mostra os rituais do escritor e principalmente o modo como ele
 fica perdido e nervoso quando alguém atrapalha seu ritual. Claro que nem
 todos que tem TOC são agressivos como o personagem mas para todo
portador de TOC é um martírio quando alguém interrompe
seus rituais. No fim o escritor volta ao seu médico e decide iniciar o
 tratamento por amor a uma garçonete.

TRAILER: 


DICA DE LIVRO: 

MENTES e MANIAS:

TOC: Transtorno Obsessivo-compulsivo
Autora: Dra. Ana Beatriz Barbosa Silva

Você tem alguma mania que lhe causa grande incômodo e consome
 muito tempo de sua rotina? Preocupa-se excessivamente com
 limpeza ou organização,  lava as mãos várias vezes ao dia ou confere
se fechou o gás, portas e janelas com receio de que algo
muito desagradável possa acontecer? 

Estas e outras atitudes aparentemente sem sentido são características
do transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), problema que acomete cerca
de 4% da população mundial e que traz intenso sofrimento aos seus portadores. 

Neste livro, a Dra. Ana Beatriz Barbosa Silva, por meio de sua vasta
experiência clínica,  descreve de forma precisa as diversas manifestações
 do TOC. Utilizando-se  de relatos reais, a autora aponta ainda os caminhos
que conduzem à compreensão  e à superação deste transtorno,
que tanto desafia a medicina e a psicologia.



FONTES: 


Comentários

  1. Eu sofro de toc, é horrivel, tenho o dvd desse filme, é muito bom assistam.

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